Ibama nega exploração do petróleo na foz do Amazonas

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participou de uma reunião nesta terça-feira  (23), que tratava da exploração do petróleo na foz do Rio Amazonas. Também estiveram presentes alguns setores do governo que têm grande interesse na aprovação do pedido.

Segundo Marina essa decisão precisa ser cumprida e respeitada por ter sido um parecer técnico.

Além da ministra também esteve em reunião no Palácio do Planalto o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, para tratar do pedido da Petrobras que foi negado pelo órgão do meio ambiente.

Presidente do Ibama: Rodrigo Agostinho

Setores do governo juntamente com a Petrobras pretendem insistir com o pedido de licenciamento. Isso porque a estimativa de exploração sobre a área deve render aproximadamente 14 milhões de barris de petróleo.

Segundo o Ibama a licença não apresentava garantias em caso de acidentes com vazamento ou derramamento do óleo, o que afeta à fauna da região. Ademais, o projeto não apresentou pontos relacionados aos possíveis impactos sobre as terras indígenas em Oiapoque .

Na saída da reunião Marina diz:

“É uma decisão técnica, e uma decisão técnica, em um governo republicano, é cumprida“.

Ao ser questionada sobre a chance da Petrobras ser autorizada a fazer exploração do petróleo na foz da bacia do Amazonas. Marina disse que esse tipo de atividade precisa ser autorizada pelos órgãos ambientais e que a lei deve ser cumprida.

A reunião teve a participação da Petrobras e do Ministério de Minas e Energia, os quais devem continuar com o pedido de licenciamento para exploração do petróleo no Rio Amazonas.

Durante pronunciamento a ministra disse que:

“O parecer do Ibama, considerando a posição unânime de 10 técnicos, foi um parecer contrário e, a partir de agora, o que está estabelecido é o cumprimento da lei de que todas as frentes de exploração de petróleo passarão pela avaliação ambiental estratégica”.

Desgaste político causado pela negação da exploração do petróleo

O líder do governo, senador Randolfe Rodrigues, que é do Amapá e tem grande interesse na exploração do petróleo no Rio Amazonas rompeu com o partido de Marina. Segundo fontes ligadas ao presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, Marina tem grande influência sobre a decisão do Ibama. Contudo ainda veem a possibilidade de uma crise ainda maior no governo por conta desse episódio.